sexta-feira, 7 de outubro de 2022




Ainda que o SUS, em sua ideia e legislação, seja um projeto audacioso e socialmente importante, só quem depende do Sistema Único de Saúde sabe como verdadeiramente funciona. Conhecido por ser o maior projeto de saúde pública do mundo, pois prevê que todo brasileiro, independente de renda ou classe social, tenha atendimento garantido, o SUS simplesmente falha justamente por sua pretensa universalidade.

O Ainda que o SUS, em sua ideia e legislação, seja um projeto audacioso e socialmente importante, só quem depende do Sistema Único de Saúde sabe como verdadeiramente funciona. Conhecido por ser o maior projeto de saúde pública do mundo, pois prevê que todo brasileiro, independente de renda ou classe social, tenha atendimento garantido, o SUS simplesmente falha justamente por sua pretensa universalidade.Ainda que o SUS, em sua ideia e legislação, seja um projeto audacioso e socialmente importante, só quem depende do Sistema Único de Saúde sabe como verdadeiramente funciona. Conhecido por ser o maior projeto de saúde pública do mundo, pois prevê que todo brasileiro, independente de renda ou classe social, tenha atendimento garantido, o SUS simplesmente falha justamente por sua pretensa universalidade.Brasil tem mais de mais de 210 milhões de habitantes, segundo o IBGE. E este número já é um entrave. Como ter e manter uma estrutura – física e de pessoal – capaz de atender a esta demanda com eficiência e a celeridade que a saúde exige?
Um estudo da USP e do Conselho Federal de Medicina apontou que em 2020 havia 2,4 médicos por cada 100 mil habitantes no Brasil. Este número, escrito assim friamente, é semelhante ao de muitos países europeus e até dos Estados Unidos. O problema é a distribuição destes profissionais. Neste ponto já se escancara a grande desigualdade social do país, que se divide também por regiões. Enquanto no Sul e Sudeste há mais de 3 médicos por 100 mil habitantes, nas regiões Norte e Nordeste este número cai para apenas um profissional.

Se o problema do SUS fosse só a distribuição de médicos, já seria de difícil solução. Mas esta discrepância ocorre também com outras profissões ligadas à saúde, como enfermeiros e técnicos de enfermagem. E quando se avalia a oferta de especialistas é que a gente vê o abismo que existe entre as regiões mais ricas e as mais pobres. E some-se a isto a oferta de equipamentos e serviços, o quadro fica ainda mais dramático, revelando pouco investimento dos diversos níveis de governo em disponibilizar condições completas e suficientes às populações mais carentes.
O que se vê hoje são os serviços de saúde mal distribuídos pelo território nacional, deixando grande parte da população sem cobertura de alguma especialidade ou serviço. O médico que tem numa cidade do Sul, pode não ter no Centro-Oeste. Um exame que é oferecido nas capitais, não existe em regiões interioranas. Um equipamento ultramoderno pode estar à disposição numa grande cidade, mas os rincões mais pobres seguem sem cobertura.
Quando surge a necessidade o contribuinte esbarra nas demoras viciadas do sistema ou na desfaçatez das operadoras de planos de saúde, que simplesmente negam a cobertura e obrigam os usuários a procurar a Justiça. Aí a gente percebe que o Ministério Público também é uma engrenagem da mesma máquina de serviços públicos, e por conta disso, também já tomado pela ferrugem causada pela falta de investimentos – e vergonha na cara – dos governantes. (JB)

Excelente texto do JB Cardoso (https://web.facebook.com/jb.cardoso.5602) que gentilmente nos permitiu compartilhar.